Esse “pequeno” entrave com a liberação do Maracanã nos mostra o que já sabemos, de longa data, mas que varremos para baixo da poeira que já está sob o tapete: temos baixíssima qualidade de gestão e capacidade de planejamento muito precária, ou não; pergunto-me sempre, obviamente de forma retórica, quem se beneficia do não cumprimento de tais “formalidades inconvenientes”. Sabemos. Assim como sabemos o modo com que o problema será solucionado – quando eu estava no Fundamental, lá pelos idos dos anos 90, tínhamos, durante as aulas de português, que conjugar verbos, decorar tempos verbais e essa bobagem toda. Hei de dizer que esse é o verbo mais praticado do país e em homenagem a “Tia Marlene”, que Deus a tenha, pois já deve ter partido dessa para outra com o ordenado de professora primária que recebia, conjugá-lo-ei: “Eu molho, Tu molhas, Ele molha, Nós molhamos, …,” e por ai vai! – Com as mãos, sim, as duas, devidamente encharcadas, faremos vistas grossas ao grosso serviço prestado, dando significado moderno à gasta, porém nunca fora de moda, expressão “Para inglês ver” o que nesse caso específico faz muito mais sentindo. Já estamos vacinados e situações semelhantes não nos chocam; certa vergonha nos dá, estou certo…, não? Nada de vergonha na cara? Se Lula ocupasse oficialmente o cargo que ainda representa diria: “Nunca na História desse país!”. É claro que nunca, e sabem por qual razão? Oras, somos o Brasil, o tal Gigante Adormecido, aquele com o Povo mais bonito, com o Futebol mais vistoso, com os Políticos mais pilantras, é quero dizer… acho que vão me pagar uma cota menor dessa vez.
Eduardo Candido Gomes
* Texto modificado de sua versão original; veja o conteúdo completo em http://eduardocandidogomes.tumblr.com/