As palavras fora de contexto podem gerar – independente do lado em que seus emissores estejam – dor, sofrimento, ódio… O engraçado – e não me impressiona – é que nesses casos que temos visto, tais ações partam daqueles puritanos que se dizem seguidores de Deus, amantes de Jesus Cristo e que desejam, a qualquer custo, desfrutar do paraíso; acho, contudo, muito contraditório, já que o repúdio dessas classes vai de encontro ao que fora pregado por semelhantes figuras, cujas palavras são desvirtuadas pela cegueira decorrente de seus fanatismos. Ainda mais contraditório é, por conta de suas fobias, se dirigirem, de modo inescrupuloso, pregando a violência gratuita a todos que não partilham de suas visões de mundo, agindo de modo similar ao praticado pelos algozes que açoitaram as minorias cujos líderes, hoje aclamados, fizeram parte. Não há amor que possa explicar tantas perseguições, violências e desmandos. Se isso é o amor irrestrito ao próximo, pregado por muitas instituições, agradeço por minha posição agnóstica, pois me envergonharia defender tais afrontas contra a liberdade humana. Amo à minha maneira, e nela me completo. Faça o mesmo!
Não há necessidade de pensarmos o mundo da mesma forma, há, pois a necessidade de convivermos respeitando o espaço alheio, a cultura alheia, os credos alheios e a natureza de cada um. Dentro de minha cabeça, sou livre para ser o que quiser, mas em meio à sociedade, é preciso que conviva cordialmente com aqueles cujas idéias, sob meu ponto de vista, não fazem sentido. Esse país, não é católico, tem a maioria católica. Não quero pensá-lo como católico, ou evangélico, ou espírita, ou preto, ou branco, ou gay, ou hetero, quero pensá-lo como brasileiro civilizado.
Eduardo Candido Gomes